Raça Serpentina - Sistema de produção

Sistema de produção

O sistema de produção da Cabra Serpentina baseia-se no maneio tradicional da região.
Os animais adultos são mantidos sobre pastoreio directo dos recursos de tipo arbóreo, arbustivo e herbáceo, as parições ocorrem em duas épocas; em Setembro/Outubro, para comercialização de cabritos pelo Natal, e Janeiro/Fevereiro, para comercialização de cabritos pela Páscoa.
Os cabritos são amamentados pelas mães segundo vários métodos de afilhamento até aos 2/2.5 meses altura em que são comercializados. A ordenha inicia-se no dia seguinte à comercialização dos cabritos nascidos na primeira época (entre o dia 10 e 18 de Dezembro) e prolongando-se até Agosto, realizando-se, diariamente de manhã e à tarde.

Maneio alimentar:

Reprodutores

  A alimentação dos animais adultos é efectuada, essencialmente, através do pastoreio directo dos recursos de tipo arbóreo, arbustivo e herbáceo.
   Actualmente, também se recorre à utilização de pastagens semeadas ou melhoradas, verificando-se o seu aproveitamento só após o pastoreio de outras espécies pecuárias coabitantes nas explorações, os restolhos constituem, também, uma fonte de alimento para estes rebanhos. Em épocas de maior carência alimentar (Setembro–Dezembro) podem ser suplementados com recurso a ramagens diversas (sobro, azinho, etc.) ou com palhas, fenos, cereais (aveia) e/ou alimentos concentrados comerciais.
   O pastoreio diurno inicia-se cedo pela manhã, durante todo o ano, com a excepção da época pós-parto, em que se inícia apenas após o “afilhamento” e/ou ordenha. O pastoreio nocturno não está sujeito a qualquer tipo de acompanhamento.

Cabritos

  O maneio alimentar dos cabritos consiste no aleitamento materno efectuado segundo vários métodos:
 

  Tradicionalmente os cabritos encontram-se agrupados em boxes, denominadas “curveiros” e o cabreiro encarrega-se de encaminhar cada cabrito à sua mãe, pelo menos uma vez por dia, para que possam mamar. O reconhecimento mãe/filho(s) é feito por memorização ou recorrendo a meios de identificação.


   Alguns criadores recorrem ainda à utilização de boxes individuais onde os cabritos, filhos da mesma cabra, permanecem desde o nascimento até à comercialização e/ou desmame. O cabreiro uma ou duas vezes ao dia encaminha o rebanho até ao parque de maneio, onde as fêmeas se deslocam para perto da boxe dos seus filhos à espera que lhes seja aberta a respectiva porta.


   Outros utilizam parques nos quais se encontram agrupados, um número limitado de cabritos. Diariamente são colocadas as respectivas mães dentro desses parques onde pernoitam e assim permitem a amamentação dos cabritos.
   O esquema das boxes individuais é ainda utilizado como auxiliar apenas ao “afilhamento” em casos em que os cabritos se encontram em “curveiros” e são colocados nas boxes com as respectivas mães apenas pelo período necessário à sua refeição, após o que voltam para o seu curveiro e as mães seguem para o pastoreio.


  Um método inovador consiste na utilização de um sistema de contenção para as cabras semelhante ao utilizado nas salas de ordenha. Neste caso, os cabritos encontram-se alojados em “curveiros” ao lado do parque onde está instalado o referido sistema, são soltos em número não superior a dois por cabra presa e recolhidos assim que amamentados. As cabras são substituídas por outras sempre que se encontrem vazias, não existindo a preocupação de juntar os filhos com as respectivas mães e irmãos, caso existam.


  O aleitamento artificial é praticado em duas explorações. Numa delas, sempre que haja partos gemelares, apenas um cabrito é amamentado naturalmente pela sua progenitora, os restantes são então alimentados artificialmente. Na outra exploração todos os cabritos são colocados em aleitamento artificial e as cabras são ordenhadas após a ocorrência dos partos e o leite é comercializado depois da fase do colostro.

Maneio reprodutivo:


  A época de cobrição tem início, normalmente, em princípio de Maio, com a introdução dos bodes no rebanho, estendendo-se até finais de Setembro, altura em que se iniciam as parições e se separam os machos das fêmeas até à próxima época.
  A relação macho/fêmea nos efectivos inscritos é em média de 1/19.
   O maneio reprodutivo segue o sistema tradicional de parições em Setembro/Outubro, para comercialização de cabritos pelo Natal, e Janeiro/Fevereiro, para comercialização de cabritos pela Páscoa. Sendo uma raça de sazonalidade pouco acentuada, a cobrição processa-se com facilidade sem recurso a qualquer tipo de métodos hormonais, utilizando-se apenas o efeito macho. A prolificidade média é de 1,5.
  De um modo geral os futuros reprodutores são escolhidos de entre os animais nascidos na primeira época de partos (Setembro/Outubro). A sua actividade reprodutiva inicia-se por volta dos 7/8 ou 10/11 meses, parindo pela 1ª vez com 12/13 meses ou 15/16 meses respectivamente.
  A taxa de fertilidade aparente é 83,98 % para as fêmeas adultas e 36,49 % para as fêmeas jovens e a taxa de mortalidade dos adultos calculada é de 8,95 %.
  A ordenha inicia-se no dia seguinte à comercialização dos cabritos nascidos na primeira época (entre o dia 10 e 18 de Dezembro) e prolongando-se até Julho, realizando-se, de uma maneira geral, diariamente de manhã e à tarde sempre que as produções o justifiquem.

 

Fonte: APCRS